quinta-feira, 31 de março de 2011

Isto comparado com umas cuecas penduradas na porta... não é nada!

Não quero que fiquem a pensar que sou daquelas pessoas que regozija com a desgraça alheia. Daquelas que tomam alento na tragicomédia do próximo para esquecer a sua. Não, eu não sou assim. E, tirando o olhar constrangedor de um ou outro vizinho (que pode ter acontecido mas também pode ter sido fabricado por mim), já estou recuperada do episódio de ontem. Aquela parte em que fiquei à espera que a D. Maria - minha vizinha do lado - fechasse a porta para eu sair... não conta. Ela tem 84 anos, se calhar nunca tinha visto umas cuecas assim... Esqueçamos isto (para sempre).
O senhor João - chamemos-lhe assim - é um homem de meia idade que trabalha, por turnos, numa fábrica aqui perto. É um homem de poucas palavras, embora tenha um ar simpático. A senhora sua mulher é apreciadora de vegetais frescos e, por isso, frequentadora assídua da praça. Volta e meia o senhor chega a casa, depois de fazer o turno da noite, e tem um bilhetinho da mulher na porta, a dizer: "Querido, fui à praça. Não demoro." Uma dona de casa aprimorada que faz o sacrifício de se levantar cedíssimo, em prol de uma alimentação mais saudável para toda a família, é um mimo. Aqui há uns tempos o Sr. João magoou-se numa das máquinas. Cortou uma mão. Nada de grave, mas teve de levar uns pontinhos. Quando chegou a casa lá estava o bilhetinho do costume na porta. 
O problema é que eram 2 da manhã...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Alguém cá no prédio precisa de molas novas para a roupa...

Uma pessoa chega a casa e depara-se com umas cuecas pretas (fio dental) penduradas na maçaneta da porta da entrada (!). Depois de cruzar uma série de possibilidades na minha cabeça, deduzo que as mesmas tenham caído de um dos estendais das varandas do prédio. Continuando no campo das deduções, é provável que uma das vizinhas (ou um vizinho) as tenha recolhido e depositado na minha porta. Desagrada-me a ideia de ter tido umas cuecas pretas (fio dental) penduradas na porta de casa, o dia todo. Há quem tenha plantas junto das portas... Há quem tenha placas (pirosas) com o nome da família... Eu tinha umas cuecas. Pronto, eram giras, mas eram umas cuecas, carago! Ainda por cima: fio-den-tal!! Começam a formar-se na minha mente uma série de imagens, cujo cenário de fundo é a porta de entrada da minha casa, ao longo do dia de hoje. Como se fosse um filme. Um filme de terror com apontamentos cómicos mal conseguidos. Mais ao menos ao estilo de Um Susto de Filme, com os meus vizinhos como actores principais, as suas visitas como actores secundários e o carteiro com uma participação especial.  As cuecas estão, obviamente, em primeiro plano, e não é uma imagem bonita. E depois penso no raciocínio que a pessoa que as encontrou desenvolveu para decidir que elas me pertenciam...
E agora vem a parte pior: as putas das cuecas eram mesmo minhas!

segunda-feira, 28 de março de 2011

PFIAGRAPHIC

Qual é a probabilidade de uma senhora de meia idade, envergando os seus sapatos chiques de salto alto, ter de espezinhar uma cobra, no jardim de sua casa?

É muito alta se:
- A senhora estiver a chegar de uma consulta médica (esta parte explica os sapatinhos chiques).
- A única pessoa por perto for PFIA maria (esta parte explica a necessidade da senhora meter mãos à obra, que é como quem diz: pés).
- Não se vislumbrar, num raio de vários metros, qualquer objecto de arremesso capaz de aniquilar a bichesa, ao mesmo tempo que ela - desorientada - enceta a fuga em direcção à porta da entrada (esta parte explica o óbito da bichesa por sapateado).

Este episódio horripilante aconteceu por altura do Carnaval, naqueles dias soalheiros.

As temperaturas sobem e a bichesa pensa que está na hora de sair da toca. De esticar os músculos atrofiados, de ver a luz do dia. O que aquela bichesa, em particular, não estava à espera era de encontrar PFIA pelo caminho. Quer dizer, a senhora sua mãe. Mas PFIA tem desculpa: era uma espécie de anaconda com 4 ou 5m... Quer dizer, na verdade era fininha e media praí 30cm. Mas eu queria ver se fossem vocês...
Talvez a bichesa - agora defunta - fosse filha daquela abespinhada que nunca mais foi vista. Me-do!

Além disso, PFIA teve um papel importantíssimo neste cobricídio... Como é que a cobra se desorientava se eu não tivesse dado aqueles gritinhos histéricos? Ah, e também saltei muito. Imaginem as vibrações produzidas no solo... Deve ser coisa para chatear qualquer ser rastejante.

Post dedicado a todos os meus «ex»...

Hoje lembrei-me de vocês. Todos, um por um. Foi um momento melancólico e muito complicado para mim... Toda eu arfava.

Mas foi só enquanto subia as escadas da entrada, carregando os sacos das compras.
Eram pesadas. Muito pesadas.

PS: Tenho ali um frasco de azeitonas - teimoso que só ele - com potencial para me proporcionar um momento idêntico. A ver vamos...

Não!! PFIA não acha que os namorados só servem para estas coisas, mas que dão cá um jeitaço, dão.
[suspiro... de cansaço]

quinta-feira, 24 de março de 2011

Os PEC's, o FMI e o meu dente do siso

Andei, aqui há uns tempos, em pura agonia por causa de um dente do siso. Armada ao pingarelho, achei que os analgésicos que tinha ali na casa de banho me iam safar na boa e evitar uma ida ao dentista. Ninguém gosta de ouvir o barulhinho da «broca do demo», certo? Ao contrário das minhas expectativas, os analgésicos não me resolveram o problema. Nos primeiros dias sim, mas essa melhora momentânea foi fruto da estupidez continuada do meu ser: aumentar consecutivamente a dosagem do analgésico. Ao fim de algum tempo, e para espanto meu, o problema mantinha-se e o meu organismo deixou de reagir ao analgésico. Que estranho, não é?! Depois de uma consulta com um profissional - um DENTISTA - as opções que tinha eram muito claras: ou tratava a infecção com um antibiótico e arrancava o dente ou... Ah, é verdade, não havia outra opção! Parece que se tivesse consultado atempadamente, ao invés de me andar a auto-medicar, a infecção teria sido facilmente eliminada e, muito provavelmente, não precisava de arrancar o dente. Provavelmente nem tinha chegado à infecção! E sem infecção não tinha agonizado ao ponto de querer bater com a cabeça nas paredes...

PEC está para Paracetamol como FMI está para...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Era óbvio que o PEC 4 não ia passar...

Imagem: Google search
Toda a gente sabe que são 6.

Perguntas idiotas

Eu imagino que ter um filho seja coisa para nos invadir de uma alegria sem precedentes. Não tenho filhos, portanto, só posso imaginar. Assim sendo, eu compreendo que o tema de conversa com uma recém-mamã esteja confinado a tópicos directa ou indirectamente relacionados com a criança. A sério que compreendo. O que eu não compreendo é aquela pergunta idiota, que não há vez nenhuma que não venha à baila, sempre que encontro uma recém-mamã: «E tu? Quando tens um?».

Ora bem... É provável que eu tenha um filho depois de: 
(I) Decidir que quero ter filhos.
(II) Encontrar um pai decente para ele. 
(III) Fazer o amor com o candidato a pai (possivelmente mais do que uma vez). 
(IV) Um dos espermatozóides do candidato a pai fecundar um dos meus óvulos. 
(V) Esperar 9 meses (mais dia menos dia) até que ele me saia aos berros por um orifício naturalmente concebido para o efeito (a menos que eu opte por cesariana).

PS1: Os pontos I e II, não necessariamente pela ordem descrita.
PS2: Se me continuarem a falar em noites mal dormidas, mamilos gretados e hemorróidas, o ponto I fica seriamente comprometido.
PS3: Tendo em conta que a pergunta é sempre feita por pessoas que conhecem a minha actual condição de solteira, a mesma ganha um nível de idiotice difícil de equiparar.

segunda-feira, 21 de março de 2011

PFIA está em apuros...

Sempre que a minha existência atinge um nível de pacatez acima daquilo que considero aceitável, penso que tenho de começar a fazer coisas diferentes, experimentar sensações novas. Nenhuma das opções que habitualmente me vem à cabeça envolve estupefacientes ou artigos de bondage. Não é bem nesse departamento... É mais na onda de pegar numa mochila às costas, meter-me no carro e bazar pra qualquer lado. Mas na hora H acagaço-me. Além disso se receber um telefonema da minha mãe, das duas uma: ou lhe minto, ou levo com um «ai jazus que tás sózinha e pode acontecer alguma coisa...» - e lá se ia a minha escapadinha zen. Aqui há uns dias falei nisto a uma amiga e ela respondeu: «parapente!» Hã? Aquela coisa lá no céu? A voar? Agora tenho um problema... desconfio que enquanto a gaja não me puser lá em cima, pendurada numa coisa daquelas, vou ter muito que penar. Recebi há pouco uma sms dela que dizia: «bungee jumping?».
Monotonia, volta, tás perdoada.
Interpor uma providência cautelar para a impedir de ter qualquer contacto comigo talvez seja exagerado, mas agora que as petições estão na moda... uhhuu... vocês assinavam certo? Ah, já sei! Eu dou-vos o número dela e vocês mandam-lhe sms's ameaçadoras! Boa? É a minha sanidade mental que está em jogo, carago!

Também me podem esconder na vossa despensa, ao pé das bolachas e dos chocolates... (sorriso angelical com as pestanas a bater, a bater - plim. plim. plim)...

quinta-feira, 17 de março de 2011

A culpa do golo do PSG é capaz de ser da minha tia!

Ela não percebe grande coisa de futebol mas descobriu recentemente que gosta do Benfica. Passa os jogos a rezar... Isto do Benfica jogar vestido de branco contra uma equipa vestida de vermelho é coisa para lhe baralhar as preces...
Perdoem-lhe, ela tem boas intenções (e quase 80 anos).
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Ó Ruth Marlene - SUA CABRA - tu roubaste-me o telemóvel?!

Devia ser proibido uma mãe baptizar uma filha com o nome de Ruth Marlene.

Ou então, devia ser proibido que toda e qualquer adolescente, eventualmente portadora desse nome, pudesse dizer a meio de uma discussão "ou eu num me chame Ruth Marlene!".

Depois de uma frase destas fica difícil, para a outra parte, levar a discussão a sério e continuar a verbalizar argumentos com «pés e cabeça». Ou até mesmo descabidos. 

E para quem assiste à cena fica difícil não soltar uma gargalhada. Difícil não, impossível!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Um Primeiro Ministro à rasca

Não fosse o que se passa no Japão tão grave, e eu quase que sentia vontade de vir aqui estabelecer um paralelo entre a tragédia, a cena política nacional portuguesa e o filme Wag the Dog. A globalização é lixada, uma verdadeira wikileaks
Jogue pelo seguro e fique-se pelas birrinhas do costume. 
Se se demitir assim acha que leva o subsídio de desemprego? 
Não precisa?... Ah, tá bem.

terça-feira, 15 de março de 2011

Ter pingo no nariz é lixado...

Um cenário impressionante. O agente de autoridade empunha a arma na direcção dos prevaricadores (mas assim a apontar mais para o chão, não vá o diabo tecê-las). Os prevaricadores deitados na berma da estrada, de barriga para baixo, uns algemados, outros nem por isso. Sinto tensão no ar. Mas devo ser só eu... Um deles - dos que estão deitados no chão com uma arma apontada mais ao menos na sua direcção mas não têm algemas - mete a mão ao bolso e tira qualquer coisa. Devia ter pingo no nariz. Eu quando estou muito tempo com a cabeça virada para baixo também fico com pingo no nariz. Ou isso ou sacou do telemóvel para mandar uma sms. Não vi bem.

Imagem: Google search.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tem o olho seco e não dizia nada...

Acabou há pouco o discurso do rei, perdão, do coisinho, perdão, do Zé (o nosso). Os primeiros 5 minutos estive a reflectir sobre a escolha da cor da gravata (que efeito terá o castanho dourado? será um efeito hipnotizador?...). Depois de me ter conseguido abstrair do tom da gravata fiquei com a nítida sensação de que o homem nos estava a fazer olhinhos. Farta-se de pestanejar, carago! Beca, beca, plim, plim, plim, beca, plim, plim, beca, beca, plim, plim, plim...
Fiquei tão apoquentada, vejam bem, que até deixei a metade da perna de frango a meio (a outra metade é para o almoço de amanhã que isto das medidas de austeridade é coisa que levo muito a sério) e fui googlar as possíveis causas para tamanha enfermidade:


.....A formação de um olho seco pode dever-se a diversas causas. Em muitos casos, os sintomas são um sinal de envelhecimento, uma vez que é freqüente que, com o avançar da idade, a produção de lágrimas diminua.
.....De uma forma geral, as mulheres sofrem mais de olhos secos do que os homens, o que se deve grandemente a causas hormonais, por exemplo, devido à tomada da pílula ou às alterações hormonais do período da menopausa.
(www.careforyoureyes.com)


E fiquei (ainda) mais preocupada. Ou o senhor está a ficar velho ou anda a tomar estrogénio com fartura!

Argrrrgrhhh... Fico tão irritada quando não acerto estas coisas...

Recebi isto por email:

Aí vai um desafio para quem quiser testar os seus conhecimentos de Língua Portuguesa.
Trata-se de um teste realizado num curso da American Airlines.
Na frase seguinte deverá ser colocado mais UM PONTO FINAL e DUAS VÍRGULAS para que a frase tenha sentido.
MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA DÊ-ME A TOALHA. 

Vá, tentem lá (e não acertem, para eu ficar contente...)

domingo, 13 de março de 2011

Irónico

Passavam rapidamente no mostrador. Infelizmente, os números do montante a uma velocidade muito mais rápida do que os números dos litros correspondentes. Talvez viesse daí o semblante carregado de todos os que ali estavam. Uns porque precisavam mesmo, outros porque estão com medo que se esgote. Estes últimos, obviamente munidos do seu jerrican de estimação. Uma eternidade até que se aviassem todos os utensílios e mais alguns. Fosse permitido por lei e até o garrafão de vinho, esquecido na mala da carrinha desde  o último piquenique,  era atestado. Provavelmente, entre as toneladas de açúcar que têm armazenadas na garagem, há um espacinho reservado para duas ou três toneladas de combustível.
Cá fora, nas colunas da bomba, ouvia-se o Israel Kamakawiwo'ole cantar o Somewhere Over The Rainbow...

sábado, 12 de março de 2011

Parece que hoje é dia de manif's

Não vou falar o aborrecimento de já ter ouvido a expressão «geração à rasca» 3457 vezes na televisão (estou quase a odiar os deolindos com todas as forças do meu ser) - ups, já falei - vou apenas deixar um conselho aos manifeiros: cuidado com mãozinhas perdidas na vossa retaguarda e estejam atentos a todo e qualquer movimento suspeito que possam sentir nesse quadrante. Acreditem que a sensação de ter um senhor de meia idade, atrás de nós, a jogar bilhar de bolso, não é uma sensação boa. Muito menos quando, por via dos apertos que caracterizam estes ajuntamentos - e no auge da inocência dos nossos dezoito anos - só nos apercebemos da coisa quando o senhor, quase em êxtase, resolve verificar a textura das nossas calças (com a mão desocupada). Ainda tive tempo de fugir e falar com um polícia que estava por perto. Mas o senhor de meia idade, que não estava para deixar a coisa a meio (ora pois) lá se conseguiu escapulir. Avistei-o uns minutos depois e asseguro-vos que, a avaliar pela mancha que tinha nas calças, a coisa não ficou a meio...
Deixo-vos com um grande «BLAHC»!

segunda-feira, 7 de março de 2011

(In)Dependentemente

Por muito que seja o descontentamento com tudo o que se passa à nossa volta, votar naqueles 'gandas malucos para representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção foi, no mínimo, ridículo.
Quase tão ridículo como os brasileiros terem votado no Palhaço Tiririca para Deputado Federal. Eu disse, quase.

Esta minha vida (quase) dupla

Ainda ontem experimentava a sensação de ter um modelito Fátima Lopes neste corpinho que minha mãe me deu, e hoje já andei ali fora numas correrias loucas, atrás de um bando de galinhas. Fiquei cansada. Entre os impropérios gritados pela minha mãe, tanto a respeito da burrice das penosas como da preguiça do meu pai em consertar a rede do galinheiro, ouviam-se as minhas gargalhadas idiotas e gritinhos histéricos. Não deixa de ser pitoresco, eu a acorrer atrás de galinhas...
Na "santa terrinha" é assim. E eu gosto tanto!

PS (para o Pingo Doce): A minha mãe é que tem có-có-ró-có! Pfffff.

PS2: Uma gaja que mistura Fátima Lopes e correrias feitas atrás de galinhas na mesma frase, jamais terá um blog de jeito!

domingo, 6 de março de 2011

Proposta Indecente

Proponho aos Deolinda - esses visionários na arte de apelidar gerações - que façam uma cançoneta sobre a «geração tipo». Era - tipo - fixe. Mas - tipo - se não der, ou se - tipo - ainda estiverem numa de - tipo - deixar render a cançoneta de-não-sei-quê-tipo-à rasca - tipo - não faz mal.
[...]
Tipo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

(In)Tragável

Tenho alguma curiosidade em saber como é levado a cabo todo o processo criativo dos publicitários do Pingo Doce. Talvez se juntem todos à volta de uma mesa, numa sala mal iluminada, e - para espicaçar a criatividade - bebam uns copos valentes. Quando atingem o ponto de «carraspana de caixão à cova» é chegado o momento de produzir - poluição audio-visual. E quando pensamos que um «reclame» atingiu os mínimos possíveis de aceitabilidade... lá vem outro, e desce a fasquia. Então o Pingo Doce tem có-có-ró-có? [em modo cantante, claro!] Foi este o melhor spot que arranjaram para que se pense que a galinha do Pingo Doce é daquelas que debica o grão de milho, no chão de uma qualquer quinta do Portugal rural? Nesse caso deixem-me que vos diga que esse spot: É um ganda cocó!
E se me cruzar com a galinha que tem «có-có-ró-có» - numa qualquer prateleira do supermercado onde os funcionários cantam para os clientes - não a vou comprar, porque vou-me lembrar de «cocó».

Descubra as diferenças:

Imagem: sxc.hu

Imagem: SOS Children's Villages


quinta-feira, 3 de março de 2011

Tenho uma criança dentro de mim...

...que (felizmente, não está no útero) às vezes me faz perguntas a que não consigo responder. E ela - a criança - sempre que é chegada esta altura de folia, fica chatinha, chatinha. Questiona-me sempre sobre a sanidade mental daquelas meninas que se meneam pela rua abaixo, ou em cima de camiões, exibindo os seus bikínis micro-reduzidos de lantejoulas, e que acenam às  pessoas, envergando sorrisos à Jack Nicholson, e tentando, em vão, simular um calor que ainda não chegou a este hemisfério. Anos há em que a chuva dá um toque deprimente à cena, encharcando-lhes as plumas e os penachos, que vergam derrotados. É quase como se os elementos climáticos se unissem para denunciar o caricato da situação. 
E elas, as meninas de bikínis micro-reduzidos, lá vão acenando às pessoas que as vêm passar. E as pessoas que as vêm passar, confortavelmente instaladas dentro dos seus casacos de Inverno, lá vão retribuindo os acenos e pensando «no Sambódromo é que era, carago!».

terça-feira, 1 de março de 2011

A-Cor-do-Ortográfico *

Estava ali a brincar com o Conversor do Acordo Ortográfico da Porto Editora... e não pude deixar de imaginar que do outro lado estava uma senhora de trinta e poucos anos (mas aparentando meia idade), impaciente, à espera de ver surgir as minhas palavras para imediatamente as transformar. Imagino-a de risco ao meio, embora tenha o cabelo apanhado na nuca (com um gancho que comprou na Feira da Ladra, em 1989), óculos de massa preta, redondos e muito graduados. Quer dizer, não o suficiente... é que também a imagino curvada, com o nariz quase em cima do computador. Já disse que ela tem um ar impaciente? Mas parece-me muito concentrada. Tem uma caneca de chá ao lado do teclado, mesmo ao pé das molduras com as fotografias do Zé (o nosso) e da Dilma. Ah! Levantou-se. Foi ver a novela da Globo. A formação contínua é importante para um profissional que se preze. Mas só se levantou depois de eu ter parado de escrever, claro.

* É cor de burro (português) a fugir

Estranho mundo, este do «tête-à-tête»

Colega de trabalho: A partir de hoje vamos usar a plataforma para enviar todo e qualquer documento... requisições, comunicados, convocatórias de reuniões, planos de trabalho, relatórios, justificação de faltas, marcação de férias... enfim, vamos eliminar o papel de vez.
Eu: Hum. E falar uns com os outros?... Podemos? :|
[E quando o sistema «berrar»... vais arrancar os três cabelos que tens no topo da pinha? Vais? Ah, tá bem!]