sexta-feira, 10 de junho de 2011

Quanto tempo durará o êxtase de um chuto de heroína?

Anda uma pessoa cheia de trabalho e de preocupações daquelas, assim, para cima de preocupantes. Aborrecida com as papeladas que se amontoam em cima da secretária, com o frigorífico que resolveu trabalhar de forma intermitente (embora os períodos em que está on não sejam suficientemente longos para preservar a qualidade dos alimentos que alberga e, provavelmente, a minha integridade física), com aquele casamento que está a chegar e a quem é impossível dizer oh! que pena, já tenho um casamento nesse dia, no qual estará, também, uma persona extremamente non grata para mim, e, como se não bastasse (aliás, até me estou a lembrar de mais uma ou duas coisitas para acrescentar, mas não quero parecer-vos uma pessoa amargurada e, muito menos, enfadonha - too late for that, baby!), ainda tive que presenciar uma cena que me pareceu uma tremenda provocação aos pilares das minhas prioridades, sabiamente (pensava eu), definidas desde, mais ao menos, o milénio passado. A saber: estudar muito + ter um bom emprego = pagar as contas. Juntar um je ne sais quoi de qualquer coisa amorosa e... ser feliz. 
Seguramente, alguma coisa falhou ali pelo meio! Sim, porque os ocupantes do Fiat Uno que contornava a rotunda onde eu aguardava entrada, levavam sorrisos de orelha a orelha, e nenhum deles me pareceu muito preocupado com nenhuma daquelas coisas a que, em tempos, apelidei de «prioridades». Um deles levava o bracinho do lado de fora da janela, tomando o suave gosto da brisa matinal na palma mão, e sorria... sorria muito. Sorria tanto que me permitiu o rápido vislumbre da cremalheira completamente apodrecida - combinando claramente com o Fiat Uno em óptimo estado de apodrecimento. Não sei quanto tempo lhes durou aquela sensação de absorção ao contrário mas, naquele momento, estavam, seguramente, num mundo onde não há frigoríficos defeituosos, nem compromissos chatos, ou até essa coisa aborrecida dos impostos. 
E eu, tive inveja daquele momento de pura leveza que contrastava com o meu semblante carregado (aposto que estava a fazer aquela ruguinha inestética entre os olhos - oh não!).
Está decidido: PFIA vai enveredar pelos caminhos tortuosos prazerosos do mundo da droga.

11 comentários:

  1. LOOOOOOOOL, olha ódepois sempre podes contar como foi aqui no blog xD

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  2. Olha que para isso é preciso guita...

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  3. Ricardo, não sei se ficarei em condições de o fazer (?)...

    Caracol, estou um pouco por fora dos preços mas na semana passada ganhei 8€ no euromilhões... Além disso, há todo um mercado de «arrumação» de carros à minha espera...

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  4. Parece ser a melhor forma de encarar esta treta de vida que estamos destinados a ter. O nosso novo governo bem que nos podia orientar umas doses... assim tinham o povo mais contente...

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  5. R., que boa ideia... vou solicitar o pagamento do meu subsídio de férias em géneros «alimentícios»! PS: fronha nova? Já vou ver isso mais de perto. ;)

    Nokas, quanto mais penso nela, mais me agrada ;)

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  6. É, eu também estou a pensar em fazer o mesmo. Se é para ter uma vida de m€%#a, que esteja pedrada para não o sentir.

    Ya, tirei uma foto nova com o meu gato, e achei que era altura de conhecerem o meu verdadeiro Eu :)

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  7. Vai dando noticias da tua nova vida!! Aiiiii!

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  8. nem digo nada mas eu experimentei e gostei é...bué da fixe

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  9. Então se tens bicicleta... já possuis todos os requisitos para entrares numa manifestação deste calibre. Confetis para tapar zonas mais sensíveis do corpo (como as plantas dos pés) também se arranja por lá... Precisamos de emissões zero rapariga...!

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  10. A parte da mentira não era a de não ter bicicleta, que não tenho! Era mesmo a de ir manifestar-me nesses trajes (ou sem eles, portanto)... Emissões zero? De carbono? Hum... isso faz doer as perninhas :S

    Além disso, como sou uma lady, dou a minha contribuição com reduzidíssimas emissões de metano. Aposto que os senhores gordos sentados, em fila, na bicla de 3 lugares (OMFG) não se podem gabar do mesmo! ;)

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