Mostrar mensagens com a etiqueta Era uma vez o Natal.... Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Era uma vez o Natal.... Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

E que o vosso seja tão bom como o meu...

Daqui a 24 horas estarei na minha casa. Rodeada pelas pessoas que me são mais caras. Pelas pessoas que me querem melhor e me fazem sentir, verdadeiramente, importante. O meu corpo vai ser apertado entre os braços dessas pessoas e eu vou sentir uma protecção que não sinto em nenhum outro lugar do mundo. Sentirei o ambiente quente da cozinha no rosto. Pelo meu nariz entrarão odores que não existem em nenhum outro lugar no mundo. Provarei os miminhos preparados pela minha mãe, com o carinho que só ela sabe e que, por isso, também não existem em nenhum outro lugar do mundo. Ajudarei a preparar a ceia de Natal e, outras tantas horas depois, estarei sentada à volta de uma mesa onde não faltarão as iguarias típicas da época. E muito amor. Sim, muito amor, sem prendas nem presentes. amor. É assim o meu Natal. E é perfeito assim.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

(In)Conveniente

Eu sei que as pessoas abusam muito, que não respeitam nada nem ninguém e, nesta altura, as mortes na estrada aumentam e ensombram o Natal de muitas famílias… mas será assim tão imprescindível colocar mensagens deprimentes nos placards electrónicos das auto-estradas? É muito aborrecido ler aquelas mensagens a cada 20 ou 30km. Eu sei que posso morrer a qualquer momento, não preciso é que mo digam a meio de uma viagem que eu sei que envolve um certo risco.
A minha mãe, ao telefone - histérica e a fazer contas de cabeça para ver se consigo escapar à hora de ponta no Porto - tem o poder de me pôr os nervos em franja mesmo antes de eu sair de casa, os outros condutores e as suas manobras de bradar aos céus, as filas intermináveis para pagar as portagens de pagamento automático (sim, definitivamente, os portugueses ainda não estão preparados para este tipo de portagens)… e, volta e meia, aquelas palavras terríveis: “No Natal de 2009 morreram X pessoas nas estradas portuguesas. Modere velocidade.”
E uma pessoa pensa logo: “será que chego a casa? Ou será que fico já aí na próxima curva?”

Porra, pá! Mudem lá essa estratégia sff!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mensagem (ressabiada) de natal

Detesto ser portadora de más notícias mas o dever sobrepõe-se a esse mal-estar. Pais deste país, confirmem se têm um bom stock de figos em casa.

Ok, admito: pensava que tinha superado isto mas parece que não!

(Fim da mensagem ressabiada)


Boas festas! (pelo corpo todo...)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

1986* - O ano em que eu me zanguei com o Menino Jesus.

Nunca houve muitas prendas lá em casa. Uma por bota, e olha lá! Mas a emoção era três ou quatro vezes maior do que a dos miúdos que hoje recebem 50.
Corria o ano de 1986 e, ao jantar, alguém levantou a possibilidade de o Menino Jesus não passar por nossa casa. “O MENINO JESUS VEEEM!!” E veio!
A emoção de ver que tinha qualquer coisa dentro da bota foi diminuindo à medida que me aproximava dela. Peguei na prenda, perplexa, e olhei para o meu irmão, que mirava a dele com a mesma incredulidade. Eram iguais.
Eu não queria acreditar que o Menino Jesus nos tinha trazido, como prenda, um pacote de figos! Fi-gos?
Mas, acima de tudo, o que eu não conseguia perceber era: como é que ele (que sempre me disseram que via e sabia tudo) não sabia que nem eu, nem o meu irmão, gostávamos de figos!?!
Imperdoável Menino Jesus, imperdoável!

Uns anos mais tarde, quando percebi que o Menino Jesus era, afinal, o meu pai, fiquei muito magoada. Foi uma forma muito insensível de acabar com a treta do Menino Jesus, pensei. Hoje, muiiiitos anos mais tarde, admiro-o pela sensibilidade de ter começado com a "treta" do Menino Jesus, porque, a ele, nunca lhe puseram uma prenda na botinha. Ele, nem botinha tinha, andava descalço.


* E pensam as pessoas que o acontecimento mais importante, desse ano, foi a entrada de Portugal na, então, CEE... Por favor!

Imagem original: "Mafalda", de Quino.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Natal visto…

Pelo Menino Jesus: A globalização venceu-me! Desde que aquele gordo vestido de vermelho apareceu, a minha vida nunca mais foi a mesma. Sem qualquer fonte de rendimento, se não fosse o Banco Alimentar Contra a Fome, o meu Natal seria bem pior! Direitos da Criança, does that ring a bell? Ai e tal as crianças não podem ser vítimas de trabalho infantil. E comida? Como é que eu me sustento sem o meu ganha-pão? Não percebo nada de computadores, arranho mal o Inglês… querem o quê? Que vá para as Novas Oportunidades? E o que é que eu vou pra lá contar da minha história de vida que o mundo não saiba já?

Pelo Pai Natal: Esta época alta mata-me. Mas que raio de emprego fui eu roubar aquele puto de vestido branco! Como é que ele aguentava distribuir esta tralha toda só com um burro velho e teimoso! Tenho que deixar de beber Coca-Cola que, com esta pança (que é só retenção de líquidos… e gases!), qualquer dia não subo o trenó! E com esta idade, e esta imagem gasta, vou fazer o quê? O melhor é enviar já um currículo para a TVI, que lá para Fevereiro já tenho um talk show em horário nobre. Volta Menino! O Tio Claus está cansado.

Pelo Rodolfo: Este velho está cada vez mais pesado. Credo que se não fazes uma dieta, eu peço já a reforma antecipada e quero lá saber da penalização. Ai e tal os direitos dos animais… Cadê! Não me basta ter cornos, carago!

Pela Virgem Maria: Horas de parto difícil pra carago, numa gruta fria e escura, e o que esta gente se lembra no Natal é de saldos na Zara e de peru assado na mesa. Querem ver que tenho de me pôr em cima de uma oliveira, outra vez, assim só naquela de meter um bocado de respeito a esta gente mal agradecida?!

Por S. José: E eu? Tive de assistir aquele parto dificílimo na gruta (e o puto nem sequer era meu), arranjar uma parteira no meio do nada, tive uma capacidade de resposta fantástica (num momento de tão grande aflição), facilmente comprovada por aquela manjedoura de vacas que, tchan ran, se transformou num berço, com colchão de palhinhas fofinhas (momento que, dois mil anos mais tarde, viria a dar um espectacular programa de televisão, de seu nome “Querido Mudei a Casa”)… e ninguém se lembra de mim?

Pela vaca: Ia ficando sem fôlego a mandar bafinhos quentes ao Menino, nas palhinhas deitado, e ele deixa que me transformem na imagem de marca de um insulto requintado ao mulherio, por esse mundo fora. Então nós não tínhamos combinado que essa coisa de eu ser sagrada era no mundo inteiro? Achas que a Índia é o mundo inteiro, carago?!! No meio de tantas escapadinhas para o templo (para dar uma de menino inteligente que percebe das escrituras e tal) deves ter faltado a umas aulas de Geografia. Deves, deves! Fosses lá agora que te recambiavam pró psicólogo com diagnóstico de hiperactividade e distúrbio de défice de atenção, só pra não te armares aos cucos!

Pelo burro: Como se não me bastasse ter tido como companheira bafejadora aquela fingida daquela vaca (que se não fosse eu, a bafejar como deve ser, o Menino ia desta pra melhor com uma hipotermia galopante) ainda tenho de levar com milénios de insultos descabidos a associar-me a acéfalos e teimosos. Menino, és um mal agradecido. E um péssimo gestor: És o filho de Deus e nem o teu emprego consegues manter? E o burro sou eu?

Pelos Reis Magos: Quilómetros a seguir uma estrela no céu, em cima de camelos duros que nem cornos (que durante dias ficámos todos com um andar novo, e nem vamos falar aqui das piadas de mau gosto que tivemos de ouvir por causa disso, mas, como éramos três… digamos que, a palavra ménage caía-nos mal) e quem é que se lembra de nós? E mais grave – quem é que disse que nós chegámos à gruta no dia 24? Hã? A ideia das prendas foi nossa e nem sequer as conseguem dar no dia certo? Nós tínhamos camelos (duros que nem cornos), não tínhamos um jacto privado (com bancos fofinhos e hospedeiras giras)! Ai taaanta dor nas cruzes e no…

E um psicólogo pro bono pra esta gente toda, não há?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quem tramou o Pai Natal? O Roger Rabbit ou o Krusty?

Esquizofrenias natalícias. Sinto-as a chegar, de mansinho, vindas de todas as direcções. Tanto através de mensagens subliminares como escarrapachadas em montras ou anúncios de perfumes e relógios na TV, e etc. e tal.
O que eu gostava mesmo era que o coelhinho e o palhaço atirassem o Pai Natal do comboio, antes de chegarem ao circo.
Mas, assim, quando o comboio estivesse a andar muito devagarinho, para o gorducho não se magoar porque, afinal de contas, no Natal não se têm pensamentos destes. No Natal somos todos amiguinhos e damos prendas. Muitas prendas.

Oh Pai Natal… se te metes no comboio com o Roger Rabbit e o Krusty… não sei se te safas!?

PS1: Quem tem menos de trinta anos talvez não perceba isto do Pai Natal ir ao circo com um coelho e um palhaço, mas não faz mal.
PS2: Eu gosto do Natal, mas dispenso o Pai Natal.