domingo, 31 de outubro de 2010

A Dona Maria não se amedronta com uma "chuvinha"

Andersen Shopper



Quando hoje, de manhã, me levantei para ver como estava o tempo e escolher uma de duas opções extremamente energéticas - se me transferia da cama para o sofá ou voltava para o quentinho dos lençóis, já a Dona Maria passava na rua, com o seu trolley carregadinho de produtos fresquinhos da praça. 

Bad memories (e pouca comida)

Ontem vi-te no supermercado. Foi como se tivesse levado um soco no estômago. O chão não tremia mas as pernas equilibravam o corpo a custo. As compras foram feitas à pressa. Metade dos itens da lista não veio. Hoje, para além do desconforto da lembrança, parece-me que vou passar alguma fome. [roiiink roiiink]

sábado, 30 de outubro de 2010

Poderes paranormais! Ou, simplesmente, mãe.

Fim-de-semana prolongado!
Pfiazinha prepara uma visita à família (pais, irmão e tia) que não vê desde o final de Agosto. Tem muitas saudades! Pfiazinha não diz à mãe que vai, para fazer surpresa (e não a preocupar), mas faz-lhe tantas perguntas sobre o estado do tempo e as obras na estrada de acesso à “santa terrinha” que a mãe (que é mãe) rapidamente lhe descore a careca!
Mãe de Pfiazinha entra em “panic mode” porque os senhores da televisão dizem que o país está em alerta laranja.
(...)
Pfiazinha desfaz a mala!

Nota mental: nunca mais, mas nunca mais mesmo, lhe atendo o telemóvel na véspera das minhas viagens-surpresa para casa!

O Preço Certo, em sentimentos.

Lembro-me mal da L.! Era mais velha do que eu, uns 3 anos.
Frequentámos a escola primária da “santa terrinha” na mesma altura. Não era grande estudante, saiu já com idade avançada. Depois de dois anos de escola preparatória, emigrou para França. Não sei se foi lavar escadas ou trabalhar para uma fábrica qualquer. Só sei que nunca mais a vi.
A malta da “santa terrinha” foi sabendo coisas pelas duas irmãs mais novas, também emigradas para França em anos posteriores.
Num ano veio a notícia do casamento. Noutro ano, a do primeiro filho e, nos anos seguintes, o segundo e terceiro filhos. E, mais tarde, notícias sobre a vida desgraçada que tinha, pautada por violência doméstica, problemas económicos graves e muitas horas de trabalho, para compensar os períodos em que o marido, bêbedo, faltava ao dele.
As notícias foram escasseando, ano após ano, depois das irmãs da L. terem deixado de lhe falar.
No Natal passado ouviu-se pela aldeia que a L. não tinha vindo por que não tinha dinheiro para a viagem. “Pobre coitada”, ouvia-se pelas ruas empedradas do lugarejo.
A mãe da L. tinha pouco para dizer. As outras filhas, emigrantes de sucesso, enchiam-na de orgulho e da boca saíam-lhe palavras bonitas, “estas sim!”. Mas sobre a L., nada semelhante, “Essa? Nem dinheiro tem p’ra cá vir!”. A L. tinha pouco tempo de antena, era a ovelha negra da família.
Mas desde a semana passada, o discurso mudou! A mãe choraminga pelas ruas, lamentando a pouca atenção que deu à L., ao longo de todos estes anos. Anda muito arrependida por ter desprezado a filha, por nunca lhe ter dado a mão, “Eu devia era ter-lhe dito para ela largar aquele marido e vir para cá, eu devia ter cuidado dela… os meus netinhos, coitadinhos…”.

Não! A L. não morreu.

A L. ganhou um prémio, em França, de quase 5 milhões de euros! (ainda não sei em quê, mas sei que não foi o euromilhões)

Cirrose emocional

Alguns homens são como aquele último copo da noite: estamos bem, mas pensamos que podemos ficar, ainda, melhor.
Não há é gurosan para essa ressaca.

Haverá, certamente, mulheres idênticas. Mas cada qual que cuide das suas cirroses.

Em Beja?! Atão e ninguém me dizia nada, senhores?!

Ora bolas!
Hoje foi dia de Marisa Cruz na televisão e eu, badameca d’um carago, esqueci-me OUTRA VEZ de jogar!

Se, pelo menos, eu soubesse que pôr o dinheiro em Beja a render era coisa para me dar uns milhares por dia, já os meus cêntimos se multiplicavam por lá há muito. Mas não! Continuo na penúria. Pelo menos até à próxima sexta feira, dia em que me vou lembrar de jogar e… pimba! Sempre é mais barato do que um bilhete de autocarro p’ra Beja!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vamos fazer um “supônhamos”

“Supônhamos” que eu sou uma rã. “Supônhamos” que um escorpião me pede para o transportar nas costas até à outra margem do rio.

Já não o via bem mas ainda consegui ouvir estas palavras, lá ao longe, enquanto “me quinava”:
- “desculpa, mas está na minha natureza”.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O amor não é só cego, também tem Alzheimer!

Parece que alguém se apaixonou pelo meu carro. Eu não sou muito apegada aos bens materiais, mas o que é certo é que aquele bilhetinho no pára-brisas, incomodou-me! Não são ciúmes (ou isso ou, então, estou em negação!) mas temo que, por via da vaidade comum de quem se sabe amado secretamente, o meu bólide comece a ter um desempenho abaixo do esperado.
Por isso, estou empenhada em boicotar este amor e, para começo, decidi que, tão cedo, não te volto a lavar. Vou deixar acumular o lixo no teu interior até que me seja difícil meter mudanças. E, se a coisa ficar feia, não terei qualquer pudor em abastecer-te de combustível numa bomba de hipermercado.

Meu querido popó! Se circulares por aí cheio de pó na tromba, com as entranhas a abarrotar de lixo e a fazer barulhos esquisitos… eu quero ver se te continuam a deixar bilhetinhos amorosos no pára-brisas.


[Ainda estou para saber qual foi a tua característica particular que despoletou este amor. Já não és propriamente novo, pneus assim a puxar para o careca (já para não falar desses riscos na chapa que devem ser cá um turn off que não te digo nem te conto) e, mesmo assim, andas por aí a partir corações. Realmente o amor é mesmo cego!]

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lamentavelmente verdadeiro

Este artigo do PRAVDA (sobre Portugal) que o Democracia em Portugal publicou.

Será tão deprimente o cenário que Portugal possa vir a ser, novamente, um país de saída? Obviamente, com a agravante de que, agora, não somos precisos em lugar nenhum para reconstruir seja que cidade for. A menos que seja no Iraque, ou no Afeganistão... Mas, nesses países, o que não falta é mão-de-obra barata. Outra agravante, portanto.

As más companhias são lixadas!

Observadores internacionais, como Jimmy Carter e a ONG Human Rights Watch, criticam o "autoritarismo" de Chávez e o "amplo espectro de políticas que minaram os direitos humanos" no país, durante seu governo.

“Diz-me com quem andas...”

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ler blogues

Vamos lendo… lendo…  Final da página, “mensagens antigas”, e siga.
E pronto: agora é só imaginar tudo exactamente no timing contrário.

Nota mental: Próxima vez que encontrar um daqueles que parece que vale a pena ler, de fio a pavio, é começar pelo final, ou melhor, pelo princípio… mas que fica no fim. Cruzes!

[Andarei a ler os blogues errados?]

sábado, 23 de outubro de 2010

Nada de pânicos!

Está desempregado? Não acabou o 12º ano? Não frequentou sequer qualquer nível de escolaridade? Não sabe ler nem escrever?
A sua sorte é viver em Portugal! Por isso, muito em breve saberá: ler, escrever, fazer operações matemáticas complicadas, falar uma ou duas línguas estrangeiras, utilizar com destreza as novas tecnologias (como por exemplo, produzir textos no Word teclando sessenta palavras por minuto - no mínimo, fazer tabelas em Excel, navegar na internet…). Ficou baralhado com tanta informação? Don’t worry, isso é só porque ainda não iniciou o processo de aquisição de competências, como lhe chamam. Ah, e também vai aprender o que quer dizer don’t worry (não quero estragar a surpresa!).
Enfim, uma vida cheia de “NOVAS OPORTUNIDADES”!

Será que percebi bem a notícia?

A Dona Maria

A D. Maria é a minha vizinha de baixo e, hoje, apetece-me escrever sobre ela. Porque ela é a pessoa que, no meio da frieza do dia-a-dia de quem vive numa cidade, me faz sentir que não sou só mais uma.
É uma senhora com 84 anos que vive sozinha, porque perdeu o companheiro de décadas há 3 anos. Uma senhora que está constantemente a esconder os seus problemas, para “não apoquentar ninguém”, como ela diz, mas que está sempre preocupada com os dos outros. Uma senhora que fica perturbada com o meu possível cansaço, quando chego mais tarde do trabalho, embora caminhe curvada, quase num ângulo de 90 graus, para suportar as dores nas costas. Uma senhora que tem imensos problemas de saúde mas que fica abalada com as minhas constipações, quando me ouve tossir à noite. Uma senhora que quando me vê ao fim do dia e se vai “recolher” me diz até amanhã e acrescenta “tudo de bom para si” com tamanha genuidade que me deixa uma lágrima no canto do olho.
Por tudo isto e muito mais, a D. Maria tem um lugar especial no meu coração e os seus 84 anos, às vezes, fazem-me um nó na garganta e no peito!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"A raiz do medo"

Eu sei que agora (quase) todas querem ser loiras porque… porque… é porquê mesmo?
Mas, por favor, dá para fazer a manutenção da coisa como deve ser? Essa raiz escura é do pior que há! Ora, que se pintem os cabelos da cor que bem se entender (o meu também já teve muitas) mas que se pintem com a frequência necessária para evitar este ar desmazelado que só visto.


Será Moda? Se é, desculpem-me a franqueza mas, continua a ser muito trashy.

Maldita língua sensível a líquidos quentes!

Quando três garotos chegam, acompanhados pela avó, à esplanada onde nos encontramos a saborear o lanche e o Sol, nada leva a crer que a nossa tarde está prestes a transformar-se num inferno. Quando eles começam a correr à volta das mesas e gritam com todas as forças que as suas pequenas goelas lhes permitem, temos um bad feeling. Mas calma, os meninos estão com a avó, a qualquer momento ela intervém e põe ordem naquelas criaturinhas.
A TV Guia desta semana deve ter reportagens altamente interessantes. A dita senhora não tira os olhos da revista. Admiro a capacidade de concentração da avó no meio daquele chinfrim. As pessoas sentadas noutras mesas começam a denunciar impaciência. Eu estou apoquentada porque o meu café com natas está muito quente. Delicioso mas, lamentavelmente, muito quente. Não vou conseguir sair dali tão depressa quanto queria. Para me distrair, tento avaliar a idade da senhora para perceber se já estará numa idade em que a capacidade auditiva se começa a deteriorar. Mas nunca fui boa em idades e o barulho à minha volta, juntamente com as dores na minha língua queimada, toldam-me o raciocínio.
Quando o lanche dos petizes fica pronto a avó levanta os olhos da revista e chama-os, AOS GRITOS. Os meninos aproximam-se e reclamam que não querem lanchar, que querem continuar a brincar, AOS GRITOS, claro! No meu daquela gritaria a avó tem o desplante de lhes GRITAR, qual suíno a reclamar a faca que lhe entra pelo pescoço: “NÃÃÃO GRITEEEEM!! AQUI NINGUÉM GRITAAAAAAAAA!!!!!”

Ah não?!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

E depois, veio a globalização…

(há uns minutos, ao telefone)
Mãe: Sabes, quando eu tinha praí uns 7 anos, a tua avó mondou-me ir levar umas coisas a casa de um senhor que tinha chegado do Brasil.
Eu: Um brasileiro?
Mãe: Não. Um senhor aqui da aldeia que tinha emigrado para lá uns anos.
Eu: E…
Mãe: Antes de me vir embora ele deu-me uma coisa. Disse que era para eu comer, que eu ia gostar muito. Eu nunca tinha visto nada parecido com aquilo mas tive vergonha de dizer que não queria e aceitei.
Eu: E gostaste?
Mãe: Não cheguei a provar, achei aquilo tão estranho que no caminho de casa deitei fora.
Eu: Oh. Devias ter provado Se calhar tinhas mesmo gostado.
Mãe: Pois tinha!
Eu: Como assim?
Mãe: Era uma banana.
(5 minutos seguidos a rir, as duas)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ensaio sobre a falta de lucidez

Estou tão estafada que pondero não fazer jantar. O problema é que também estou esfomeada e, portanto, arrasto-me até à cozinha, ponho qualquer coisa congelada dentro de um pirex e forno com aquilo. Daqui a 20 minutos temos jantar. Nada de muito elaborado mas com valor energético suficiente para me permitir manejar o comando da TV, até o cansaço finalmente me vencer. 20 minutos volvidos arrasto-me até à cozinha e saco o pirex do forno. A força braçal empregue na manobra (altamente delicada) não foi suficiente e o pirex estatela-se no chão.
Uma mulher percebe que não está mentalmente sã quando dá por si, em pé na cozinha, a ponderar a possibilidade de apanhar os nuggets de peixe do chão, abaná-los para sacudir os vidros, pô-los num pratinho e morfá-los. Esta avaliação, dos eventuais danos causados na comida, demorou uns 30 segundos e seguiu-se de um “estás doisa?”. Olha, não janto, paciência.
Mas como qualquer demente que se preze, imediatamente vejo aquilo como uma afronta pessoal dos nuggets que jazem espalhados pelo chão, “vocês não vão levar a melhor!”. Repete-se o processo todo com a força braçal adequada e… (meia hora depois) nunca uns nuggets foram mastigados com tanto afinco nesta casa! Mas que jantei, jantei! E já limpei o chão da cozinha.

É claro que se vocês disserem que eu, um dia, pensei em apanhar comida do chão e comê-la, eu digo que é mentira! É a vossa palavra contra a minha!

Le Petit Nicolas (2009)

Não sou grande apreciadora de filmes franceses. Aliás, sou pessoa pra mudar de canal assim que percebo que os actores falam francês. Enfim, ninguém é perfeito. Mas na semana passada uma amiga arrastou-me até ao S. Jorge para ver o filme “Le Petit Nicolas”. Gostei. Vale a pena ver para soltar umas gargalhadas e esquecer as medidas de austeridade (ou tentar). E quem tiver pequeninos (que já consigam ler legendas), melhor ainda! O filme está a ser exibido na "11ª Festa do Cinema Francês".



Próximas exibições:
Guimarães: CC Vila Flor (21 de Out. às 14h:30)
Porto: Passos Manuel (23 de Out. às 14h:30)
Faro: Teatro Mun. de Faro (30 de Out. às 19h:00)
Coimbra: T.A.G.V. (09 de Nov. às 10h:30)

PS: Quando saí do cinema não vinha a pensar na lista de compras do supermercado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

E em tempos de austeridade, vale tudo!

Segundo um conversor que encontrei no Google, 10 pesos mexicanos equivalem a cerca de 0,58€. Fiquei triste! A economia mexicana não é coisa para me tirar o sono, muito menos agora que a portuguesa está como está, mas que fiquei triste fiquei. Não se pode comprar grande coisa com 0,58€. Nem para um mísero café dá. Se estivesse a planear uma viagem ao México (para esquecer as medidas de austeridade - e agravar as minhas finanças pessoais) talvez ficasse mais animadita, mas não, também não se trata disso. A minha curiosidade por este câmbio em particular reside no facto de ter uma moeda de Diez Pesos dos Estados Unidos Mexicanos dentro da minha carteira! Como eu não estive recentemente no México (nem recentemente nem nunca) acho fenomenal que a dita moeda tenha aparecido na minha carteira. É muito parecida com a moeda de 2€. Não é igual, mas passa perfeitamente por uma moeda de 2€. A diferença é que 2€ equivalem a cerca de 34 pesos mexicanos, mas eu só tenho 10. Talvez seja bom começar a prestar mais atenção aos trocos que me fazem, isto não está para brincadeiras!

A pessoa que (POR ENGANO) me passou esta moeda deve estar inconsulável por ter perdido o seu recuerdo das férias. Imagino que tenha passado os últimos dias a verter lágrimas em cima da foto com Trajes de Charro e sombrero.

Cá pra mim é “muita fruta”.

Desde que soube que ele quer ser dono de uma frutaria, não consegue parar de imaginar aquele homem à porta do seu estabelecimento comercial, a limpar o pó das maçãs e das peras expostas na rua, com um sorriso de orelha a orelha, a cumprimentar os que por ali passam. A satisfação interior que essa imagem mental lhe trás fá-lo sentir que descobriu o seu propósito cá neste mundo: transformar em realidade o sonho daquele homem de poucas posses. Haverá altruísmo maior do que querer concretizar o sonho de um perfeito desconhecido*, só porque sim? Assim de repente não me ocorre nada.
A parte da reportagem altamente abonatória para a sua empresa, em que aparecem as instalações modernas da sua fruteira e os produtos de primeira qualidade, foi uma exigência dos jornalistas. Ele bem que tentou esconder o logótipo da empresa enquanto os jornalistas lhe faziam perguntas, mas já se sabe como são os jornalistas!
Resta saber se o mineiro chileno (futuro “fruteiro” chileno, de maçãs e peras portuguesas) já sabe deste gesto magnífico. É que cá em Portugal, as pessoas que viram a peça da SIC, já sabem.

* Desconhecido é como quem diz...
                     
[Deixem respirar os mineiros.]

COMER ORAR AMAR

Não sei se gostei. Mas enquanto a ficha técnica subia no ecrã já eu descia nas escadas, a passar mentalmente a lista de supermercado. Mau sinal. :|

domingo, 17 de outubro de 2010

6 875 677 679

Segundo este site norte-americano hoje, às 16h:57m (UTC), era este o número de habitantes do nosso planeta, mais coisa menos coisa.
Umas serão felizes, realizadas, outras nem tanto. Umas estarão a rir neste momento, outras a chorar. Outras já morreram, desde que comecei a escrever este post mas, muitas outras nasceram. Se a teoria dos 6 graus estiver correcta, eu estou ligada a grande parte destas pessoas. Pessoas que nunca vi e que, obviamente, nunca vou ver. Mas elas existem e eu hoje pensei nelas. Elas não sabem, mas a verdade é que pensei.

sábado, 16 de outubro de 2010

Aieee...

tumblr
São capazes de nos estragar o dia seguinte, um dia que tinha tudo para ser normal.
Não falo de pesadelos, necessariamente. Falo de sonhos que são autênticos golpes que a nossa mente, infelizmente incontrolável, nos desfere enquanto dormimos. Aqueles sentimentos que nós insistimos em colocar na “gaveta de coisas resolvidas”, volta e meia, aparecem para nos perturbar. A vida rolou, virou-se a página. Várias páginas. E depois vem um sonho completamente despropositado e puxa-nos ligeiramente para trás. Como se nos quisesse agarrar aquele passado, como se quisesse ignorar o nosso esforço de seguir em frente. Na realidade, não é nada mais que um sonho, mas entretanto já a tal gaveta se abriu e o resto do dia é passado a tentar empurrá-la para dentro.

Hoje quero sonhar com o Reynaldo Gianecchini. Pode ser? Por favor, por favor, por favor, por favor, por favoooooor...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

“Break the chain, God help me break the chain”

“Não deixes de ler!” ou “O melhor email que recebi nos últimos tempos”…
Nós recebemos um destes e pensamos: “Hum, este deve ser interessante, vai demorar a carregar mas vai valer a pena!”… ou… “O melhor email de todos os tempos? Tenho de ver isto, que eu não quero andar um passo atrás de toda a gente!”…

Aquilo carrega, carrega, e nós ali à espera (ok, nem toda a gente tem uma Net lentiiinha…) A ânsia de apreciar aquele conteúdo, que se afigura altamente revelador, vai gerando impaciência. Mas nós aguentamos firmes porque vai, concerteza, acrescentar algo de novo ao nosso conhecimento sobre uma qualquer temática da actualidade.
Apressamo-nos a ir encher o copo de Coca-Cola (eu podia aqui referir uma qualquer marca de vinho cara, mas estaria apenas a armar-me aos cucos) e voltamos sem demora.
Ah, carregou! Ora então vamos lá aprender qualquer coisa.

E nos primeiros três segundos de visionamento percebemos que, afinal, é um daqueles emails irritantes, com música para lá de irritante, frases feitas mais do que gastas sobre a amizade e tal e tal e, como se não bastasse, no final, ainda levamos com uma ameaça: “se não enviares este email a X pessoas no espaço de Y tempo vai acontecer-te isto e aquilo e aquilo”… ou… “vais ter 10 anos de azar”… ou… “vais ficar sozinha para sempre”… etc. etc.

“Deslarguem-me”, que eu não tenho tempo nem paciência para estas parvoíces!

Piores, ainda, são aqueles que nos ORDENAM o reencaminhamento para os nossos “amigos do peito” e o remetente frisa, descaradamente, que fica à espera dele.
Posso ser eu a escolher os meus “amigos do peito”? Posso?

Correntes? Não, obrigada!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Horatio Caine na “Santa Terrinha”: Precisa-se (*)

(*) Vergonha na cara ou dignidade também não faziam mal nenhum!

Parece saído de um episódio do CSI (daqueles em que o Horatio é "papado" pelo sistema) mas não, é pura realidade!
Vou limitar-me aos factos (vou tentar).

Alguém houve um estrondo na estrada. Esse alguém vem à janela e vê um jipe a afastar-se. É o jipe do Sr. X, presidente da Junta de Freguesia. Está um sapato preto no meio da estrada. Estranho, aquele sapato não estava ali antes! Mas as obrigações domésticas são muitas e o sapato preto rapidamente é esquecido. Mais tarde, esse alguém ouve outro alguém gritar na estrada e volta à janela. Encontraram o sapato preto. E depois? O que há de grave num sapato preto que jaz no meio da estrada? Num sapato preto nada, mas na pessoa que o calçava, e que jaz também ela na berma da estrada, tudo! Está morta. Inúmeros ferimentos visíveis. O primeiro alguém fica perturbado porque da janela não conseguiu avistar a vítima. Conhece bem aquela octogenária e a sua família. Que tristeza tão grande! Talvez ainda estivesse viva quando se deu aquele estrondo, o estrondo que, possivelmente, despoletou aquela desgraça. Chama-se a GNR. A GNR chega. Depois de tomados todos os procedimentos legais, a GNR põe-se a caminho de casa do Sr. Presidente, sabem bem o caminho, já lancharam inúmeras vezes em sua casa. Se passou ali aquela hora, talvez tenha visto algo importante.
O Sr. Presidente está visivelmente transtornado. Bebe um chá de cidreira que pediu à mulher quando chegou a casa. Todos lhe perguntam o que tem mas ele diz que está tudo bem. A GNR pede-lhe para ver o jipe. Está amolgado e tem vestígios de sangue. Ele diz que atropelou um cão. A GNR, por força das evidências, leva o pára-choques do carro para análise.
O sucedido vai correndo de boca em boca e, em três tempos, toda a gente comenta o que o Sr. Presidente fez. As opiniões são unânimes: “Ele é boa pessoa, o que lhe aconteceu foi uma infelicidade mas não devia ter abandonado o local sem prestar assistência à mulher. Agora tem de aguentar as consequências.” Passam-se semanas. Não acontece nada… Passam-se meses e continua a não acontecer nada!
Pela família da vítima (que perdeu a matriarca mas ficou economicamente menos pobre do que antes) vem a saber-se que no relatório da autópsia o que consta como causa de morte é: “morte natural”.

Estranho! Será natural morrer-se atropelada por um jipe?

Não! Só se for o jipe do Sr. Presidente da Junta! Aí o caso já muda de figura.


E quem é que ficou a piar fininho?... Eu.

Já não era a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que, quando estacionava naquela rua, ouvia um daqueles assobios descarados quando saía do carro (daqueles com entoação de “se pudesse comia-te toda”, estão a ver?). Isto é coisa que já não se usa, pensava eu muito irritada, deve ser um saloio qualquer que anda praí, ou um adulto muiiiito maduro (e não estou a falar de maturidade emocional, obviamente). Punha aquele meu ar de desprezo e fingia que não se passava nada. Mas há dias em que não estamos para aturar este tipo de coisas. Hoje foi um desses dias!
Ouvi a porcaria do assobio e lancei um olhar de radar numa volta completa de 360 graus. Prevaricador encontrado! Tal como eu imaginava, era um senhor na casa dos 60 anos, a observar-me por entre os arbustos do seu jardim, impávido e sereno. Está a provocar-me, pensei eu cada vez mais irritada. Enfrentei-o com o olhar (e que olhar!) na esperança que ele, envergonhado, desaparecesse e percebesse que o assobio não era para repetir. E ele nada! Continuava a olhar para mim como se não fosse nada com ele. Mas que lata, éramos os únicos num raio de vários metros, é óbvio que só podia ter sido ele. Aquele momento não ficou atrás da típica cena de filme FAR WEST em que os dois cowboys, frente a frente, se preparam para disparar. Ok, cheguei ao meu limite, vou “disparar”! Dou dois passos em frente, sem desviar o olhar (já quase a lacrimejar porque queria pestanejar mas o momento era demasiado tenso para me dar a esse luxo). Quando me preparo para o pôr no seu lugar com as minhas palavras secas mas profundas, oiço novamente o assobio! Os lábios dele não mexeram!? Será que pestanejei, sem querer, e ele aproveitou para assobiar? Oops!!! Aquilo ali, atrás do arbusto ao lado dele, é um… papagaio?! Um papagaio?!!!!!
[ERROR! ERROR! ERROR!]

Não cheguei a dizer nada! Ainda bem, porque teria feito figura de URSA!!!! O prevaricador era o papagaio.
Fiz um ângulo de 90 graus no meu percurso e segui caminho como se nada fosse! Ele deve ter pensado que aquela rapariga, com ar alucinado, era uma drogada a ressacar que se preparava para o assaltar! :S

Repete lá: Nem tudo o que parece é! Nem tudo o que parece é! Nem tudo o que parece é!

domingo, 10 de outubro de 2010

Dúvida relativamente pertinente

Como comunicavam os portugueses antes de descobrirem a palavra glamour?

E por que regras se rege a aplicação de tal vocábulo? É que nos últimos 5 minutos ouvi-o 6 vezes na TV. Fico baralhada, mas deve ser falta de capacidade minha. Provavelmente tenho falta de glamour no meu vocabulário.

sábado, 9 de outubro de 2010

The Beatles VS Justin Bieber

E eu que pensava que a tigelinha era coisa do passado. Um passado que nos envergonha a todos (uns mais do que outros porque nem todos envergaram umas águas furtadas desse calibre, no entanto em casos de tamanha gravidade a solideriedade exige-se). Mas não!  A tigelinha volta. E é envergada com orgulho, como se fosse o último grito. Repare-se que agora tem uma pequena variante: parece ter sido soprada de um dos lados, como se o seu proprietário tivesse estado a tarde inteira numa esplanada ventosa, mas só de um dos lados.
The Beatles                                                                  Justin Bieber
Ou como se tivesse feito o pino 6 horas seguidas, mesmo antes de sair à rua, ou como se tivesse vindo à boleia de mota, mas virado para trás, ou... ou... I think i made my point!
Inventem-se penteados novos...

PS: Trabalho mental para o fim-de-semana - Gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem, gostos não se discutem.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sobre as vidas cheias de cor e os vermes descolorados que as cobiçam

Existem pessoas que envergonham a espécie humana, que não merecem o ar que respiram, a água que bebem… e mais uma série de insultos que o meu cérebro não consegue processar neste momento! Provavelmente, não são pessoas. Não são sequer animais (talvez possam ser um abutre) … são vermes, bactérias! A falta de cor nas suas vidas aborrece-as. Por comparação, as vidas de outros parecem-lhes sempre muito mais coloridas, mais apetecíveis de serem vividas. Como não podem usurpá-las no mundo real tentam fazê-lo no mundo virtual. E às vezes conseguem! Injusto, não é? Acredito piamente que as “pessoas” que tomam este caminho nunca serão felizes. Os tons alegres que faltam nas suas vidinhas miseráveis jamais serão encontrados em vidas alheias. A cor de cada vida é pessoal e intransmissível, como os BI’s.
E é por isso que a “pessoa” que usurpou a minha conta de Hotmail/msn jamais encontrará, nos meus emails e nas minhas conversas online, a cor intensa que brilha na minha vida. São muitos os tons e não estão alojados no meu Windows Live Id, estão no meu coração! E aí, VOCÊS JAMAIS CONSEGUIRÃO ENTRAR!

Não posso dizer que não estou triste, ou até mesmo fragilizada por saber que a minha privacidade foi vilmente invadida, mas daqui a uns dias passa-me! Entretanto, hei-de criar outra conta e aí os vossos dias voltarão a ser iguais a si próprios: patéticos e completamente desprovidos de qualquer tom de cor (ténue) que possam ter, porque a única coisa que vos fará sentido, nessa altura, será descobrir o meu novo endereço, over and over again!

Veeeermes, pssst........... Put on your sunglasses, im still shining!

Fazem-se Barbies

Não é uma fábrica, mas as “Barbies” também não são de plástico, são de carne e osso.
E numa idade em que deviam brincar com as ditas bonecas (e com outras mais realistas), não são mais do que as Barbies das próprias mães. Cobrem-nas de maquilhagem, aplicam-lhes pestanas postiças, dentes postiços, unhas postiças, enfim, uma data de coisas postiças, mas dizem-lhes “just be yourself”. Enquanto desfilam as roupas caras que as mães escolhem, devem executar na perfeição a coreografia preparada ao longo de semanas. Aqueles minutos em cima do palco são, portanto, uma espécie de “tudo ou nada”… para as mães. As mesmas mães que dizem que fazem aquilo pelas filhas! Confuso, eu sei…
Não sei se sou eu que sou exagerada mas parece-me que meninas de 4 anos nem deviam saber o que são pestanas postiças, quanto mais usá-las. Meninas de quatro anos não deviam ter quilos de maquilhagem na cara, deviam andar a sujar-se de terra num parque de diversões qualquer. Meninas de 4 anos não deviam saber o que é air spray, quanto mais chorar porque lhes arde nos olhos. Meninas de 4 anos não deviam ter de lidar com a frustração de não serem consideradas as mais belas ou as mais fotogénicas. Meninas de 4 anos não deviam ter de treinar olhares sedutores, em frente ao espelho da casa de banho, para depois reproduzirem no palco em frente a um júri e a uma plateia cheia de pedófilos. Pois é, segundo as autoridades norte-americanas, eles adoram esses tais de “Beauty Pageants”. Vá-se lá saber porquê!?!
Será que meninas de 4 anos, vivendo isto na primeira pessoa, crescem a valorizar aquilo que é realmente importante?
Arrisco a dizer que não, caso contrário o que levaria uma dessas meninas (num momento de mini-diva arreliada pela melhor pontuação das suas adversárias) a dizer à mãe “I’m a movie star, you’re fired!”.
Se eu tivesse uma mãe assim também a despedia, e por justa causa!

Baralha-me um país que proíbe a ingestão de bebidas alcoólicas a pessoas com 20 anos mas que permite que crianças de 4, 5, 6 sejam sujeitas a isto, e pelas próprias mães.


Chorar, berrar e espernear, não pode ser entendido como um "NO MORE"??!!!!


"Saudável" competição entre irmãs!


E como seria de esperar...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mas afinal o amor tem ou não tem idade?

Parece que lá na “santa terrinha” anda a família toda de costas voltadas porque a tia M. (irmã do meu pai) encontrou o amor aos, quase, 70 anos.
E perguntam vocês: Aos 70 anos?! Mas onde é que ela encontrou esse amor? As respostas mais previsíveis seriam ou no parque (enquanto passeava), ou na igreja (enquanto rezava), ou no lar (enquanto bordava), ou até mesmo no baile (enquanto dançava) … Mas a resposta é tudo menos previsível: no cemitério! Numa das visitas que faziam aos entes queridos já partidos… o amor bateu-lhes à porta. Truz, truz. Parece que é mesmo verdade aquela coisa do “é quando menos se espera” ou, neste caso, onde menos se espera. Oh manas da tia (outras tias, portanto), vamos lá deixar-nos de hipocrisias que não há paciência. Então as meninas vibram com as histórias de amor das novelas e agora é isto?
Vai em frente tia. Só não sei se gosto muito da ideia de arrumares os trapinhos, ou lá como se diz, antes da tua sobrinha, mas isso deixamos pra falar depois. Talvez precise de umas dicas tuas, mas que não envolvam ter de ir ao cemitério, ok?

Alguém pague as contas da Pfiazinha* sff

(*) ela tem dói dói

Este feriado passado em casa, por via desta constipação maldita, está a deixar-me deprimida. Agrava-se este cenário com o facto de estarem a dar filmes deprimentes em todos os canais, já para não falar das séries da AXN, FOX e afins, todas repetidas. Ai vida difícil!
(“a depressão dói ponto pt” dizia-se agora na TVI no intervalo do fantástico “novo” programa da Fátima Lopes – nem de propósito!)
Pois é! Parei o meu zapping no tal programa e, os dois minutos visionados, podem resumir-se em duas palavras: ME-DO! Estarei com alucinações? Será febre?
1ª “Alucinação” febril: No passatempo de casa (em que as pessoas telefonam desenfreadamente, iludidas pela facilidade do mesmo - e quem não gosta de dinheiro fácil que atire a primeira pedra?) é suposto adivinhar-se a seguinte palavra: _ RES _ D _ NT _.
Difícil, não é? Mais chocante foi a dica da Fátima ao referir os (…) dos clubes de futebol no dia em que se comemoram os 100 anos de República. O (…) da República não seria mais apropriado?
2ª “Alucinação” febril: A Fátima diz qualquer coisa e põem-se todos de pé a abanar papelinhos. Penso que são contas para pagar. Abeira-se de uma senhora e fico logo a pensar “Olha aquela deve ser uma desgraçada que tem uma conta de farmácia ou de mercearia que não consegue pagar”, mas não! É uma conta de 85€ de internet. A filha adolescente, fazendo-se passar por ela, solicitou o serviço à ZON, por telefone. Agora tem de alombar com ela mais um ano. Toma lá!
Ora, a mim parece-me um caso de extrema necessidade sim senhora! A fedelha comete um crime, entala a mãe numas centenas de euros, até ao final do contrato, mas navega que é uma beleza porque a mãe vai ao programa “novo” da Fátima e a Fátima paga a conta. A mãe aproveita e aparece na televisão toda sorridente. O crime, afinal, compensa! Este parece que compensou a filha e a mãe.

 (esperem que o programa já está no ar outra vez e eu tenho que ir mudar de canal – lá estão eles a abanar as contas outra vez. Ah! Vão fazer um passatempo que me fez lembrar o Talk Show da Ellen DeGeneres, mas numa versão muito mal amanhada!!)

Bem, vou ver o DVD que saiu na National Geographic deste mês, sobre os limites do universo. Aposto que as alucinações febris me passam.

“If you’re going throught hell, keep going…” (*)

Há poucos dias, o Sol deu um arzinho de sua graça (depois de vários dias seguidos de chuva). Resolvi ir passear num parque muito agradável que existe aqui perto de casa. Iria ser bom ver as árvores a vestir as primeiras cores de Outono e sentir o cheiro da terra molhada. Dedicar um pouco daquele dia só a mim, procurar um cantinho sossegado e ficar por ali a receber toda aquela energia da natureza. Seria relaxante e revigorante.
Havia pouca gente no parque, mesmo como eu gosto. Dei uma primeira volta de reconhecimento à procura daquele lugar ideal. Avistei dois jovens aí com uns 16/17 anos que conversavam em pé. Pareciam namorados, muito juntinhos. Não pude evitar aquele pensamento contraditório de mulher-independente-sem-amarras VS mulher-que-passeia-sozinha (vocês sabem qual) … Mas durou, apenas, o habitual nanossegundo - quanto mais numa manhã que se adivinhava tão relaxante como aquela, tão-somente minha. E, no final de contas, é sempre bom ver duas pessoas tão jovens a aproveitar as coisas simples da vida numa fase em que, provavelmente, as agruras típicas da idade adulta ainda não levaram a melhor sobre eles.

Mas nem tudo o que parece é!

Quando me cruzei com o casal, a miúda deixou-se cair no chão devagarinho, enquanto ele a segurava nos braços. Só percebi que não estavam a brincar quando ele, com uma expressão de pânico no rosto, me disse: “Ajude-me, ajude-me!”
A menina jovem e aparentemente feliz tinha acabado de lhe confessar que tinha tomado comprimidos, que queria morrer. Quando se deixou cair no chão estava a desfalecer e ele, apavorado, não sabia o que fazer.
Não sei que comprimidos tomou, nem quantos, nem porquê. A minha preocupação foi mantê-la acordada até o INEM chegar. Ajoelhei-me e dei-lhe a mão. Ela não conseguia falar, balbuciava e dizia que tinha sono. Tinha os olhos semi-cerrados, mas chorava muito!
O rapaz falava ao telefone com a mãe dele. Estava em pânico e procurava conforto na mãe.
Enquanto esperávamos pela ambulância, e no meio de toda aquela angústia, várias coisas me passaram pela cabeça. Senti pena da miúda mas também me apeteceu ralhar muito com ela. Apeteceu-me gritar com as pessoas que estavam ali perto, a assistir de camarote, e que não tentaram ajudar. Nem que fosse só para ficarem junto a nós, caladinhos, à espera.
Fiquei ainda um instante a ver a ambulância afastar-se e depois fui-me embora. As minhas pernas estavam dormentes e as minhas mãos tremiam. Apetecia-me ir para casa.
A minha ida ao parque foi tudo menos relaxante mas talvez me tenha ajudado mais a mim do que à R. e ao amigo.
Quantas vezes, por razões tão insignificantes, eu me zango com a vida e a desprezo, deixando de a viver comme il faut!
A vida é para ser celebrada!
Obrigada R., por me teres lembrado disso naquela manhã, no parque. Ainda sinto a tua mão gelada na minha. Espero que tudo se tenha composto e que nunca mais voltes a fazer semelhante parvoíce.

(*)Winston Churchill

My lack of romance: herança genética.

Eu: Mãe, como é que tu e o pai se conheceram?
Mãe: Então, o pai era aqui da aldeia vizinha.
Eu: Sim, mas como foi a primeira vez que se viram? Foi ele que meteu conversa?
Ela: Foi. Eu estava à porta de casa da tia B., sentada, e ele ia a passar na rua. Disse-me qualquer coisa e eu fui atrás dele.
Eu: Bem, mas que despachada. E de que falaram?
Mãe: Não conversámos. Ele fugiu.
Eu: Ohhhh... Era tímido… Que fofo.
Mãe: Não! Ele desatou a correr porque eu lhe atirei uma pedra!
Eu (chocada): HÃ???
Mãe: Pois! Chamou-me nomes e eu atirei-lhe pedras até ele me desaparecer de vista.


Fiquei desanimada e muito confusa com este cenário, mas depois ela disse-me que tinham praí dez anos e demos as duas uma valente gargalhada!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um mês no planeta blogosfera: Balanço.

É ainda um blogue bebé, ou talvez um embrião, mas com muita vontade de crescer, de ganhar forma e conteúdo.
Como acontece com todas as crianças, tem vontade de crescer depressa. Mas a adulta por detrás dele sabe que todo o processo de crescimento deve ser lento, feito em bons alicerces. Ela própria, às vezes, acha que ainda não cresceu tudo. E sabe que não há mal algum em crescer todos os dias um bocadinho. Absorvendo e saboreando tudo devagarinho, registando experiências boas e más e aprendendo com elas… e com as de outros que se cruzam no seu caminho. Vendo por essa perspectiva, a pessoa que aqui escreve não deixa de ser metade adulta e metade criança.
A metade criança tem vontade de escrever muito, de dizer muitas coisas. Porque é genuína, espontânea. A metade adulta reprime-a, controla-a. Às vezes chocam as duas. A mais velha tem ganho poucas vezes, embora não deixe de ser uma presença discreta em forma de nuvenzinha escura, chata. Mas, a seu tempo, a pessoa que as engloba num todo há-de encontrar um equilíbrio.
Volvido este primeiro mês, o balanço é positivo!
Escrever é bom, sejam pensamentos mais ou menos profundos, experiências pessoais vividas ou, pura e simplesmente, parvoíces despegadas.
Ler o que os outros escrevem também o é! Ler sem julgar. Interagir com outros bloguers através dos comentários, quando apetece comentar.
Já encontrei coisas com as quais não me identifiquei ou de que não gostei, mas foi simples, dei corda aos sapatinhos e segui o meu caminho. Não temos que pensar todos da mesma maneira, e isso também é, maravilhosamente, bom!
Como qualquer “aprendiz de blogueira” (penso eu), fico contente quando o que escrevo capta a atenção de alguém (menos dos esquisitos que farejaram o post do «pau», mas esse já era). Ainda me lembro o que pensei quando vi o meu primeiro comentário “O quê? Alguém comentou isto? Será um insulto? Será a dizer que escrevi mal alguma palavra?”… Lol! E quando vi que tinha um seguidor?! Foi o delírio. Foi bom pensar que alguém gostou do bloguesito. (isto são mesmo coisas de “aprendiz de blogueira”, não são?) E é uma seguidora fiel, ainda não me abandonou. Pronto, como é a única, se vier cá ler isto, fica a saber que estou a falar dela ;). [Private joke: Também "perco" tempo no teu!] O link é para outros que (eventualmente) leiam isto e queiram espreitar.
Já vi muitas coisas no planeta blogosfera. Umas boas, outras nem tanto. Aprendi com algumas.
Já me trouxeram gargalhadas e também já me fizeram ficar com a lagrimazita no canto do olho. Outras tantas indiferentes, mas essas esquecem-se depressa.
Confesso que imaginava este planeta diferente, mas era uma visão demasiado romântica, muito influenciada pela metade criança.
Ainda assim, quero continuar a habitar neste planeta. No meu T0 sem varanda, mas com muitas janelas. E com aquele sonho de ir fazendo obras e acrescentando divisões.

Anyway… Gosto do meu blogue(sito) e agradeço a quem leu isto até ao fim ;)

Prometo, aos poucos (mas BONS) que me lêem, que não vou fazer isto todos os meses.

Post dedicado ao pedreiro que trabalha na casa da vizinha

Nota mental: Comprar uma gun (ASAP!).

domingo, 3 de outubro de 2010

A todos os que se encontram a caminho do estádio de Coimbra desejo um...

... Sunday, Lovely Sunday!...   

Os gatos, os cães e as pessoas.

Muitas pessoas dizem que não gostam de gatos, que são estranhos, que parecem egoístas e interesseiros. Ora se deleitam com os nossos mimos ora nos dão uma dentadinha de aviso, como quem reclama: “já chega”. Enfim, um bicho misterioso e pouco fiável.
Pois eu discordo completamente. Eu adoro gatos! É preciso compreendê-los, respeitar o seu espaço. E, afinal, não é disso que todos gostamos? Que respeitem o nosso espaço?

Será mais inteligente ser como um cão, que mesmo depois de ser sovado pelo dono está pronto para lhe lamber a mão, em sinal de obediência cega e inquestionável? E que pensar de uma pessoa com estas características? Devemos admirar a sua lealdade ou questionar a sua sanidade?

PS: Também adoro cães!

Born to be free.

Pessoas que cobram demasiado não são mais do que algemas enferrujadas disfarçadas de correntes douradas.
“Deslarguem-me”!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Acho injusto!

Acabo de descobrir que anda praí um conceito de entertainment que eu desconhecia completamente.
O meu cepticismo levou-me a fazer uma pesquisa rápida e eis que me deparo com esta dijoca russa:
Parece que dá pelo nome de Dj Mari Ferrari. Gira, não é?
(percebo perfeitamente a escolha do último nome, não vá os senhores/meninos que vagueiam pela night não toparem logo os atributos físicos da lady, espeta-lhe com o nome de um bólide e, assim, não há distracções possíveis)

Mas quando trabalha, ao contrário de qualquer outra Dj, não enverga uma vestimenta sexy (nem tampouco um qualquer uniforme ou o tradicional conjunto blazer/saia travada). Quando trabalha, “veste-se” assim:
Dj Mari Ferrari algures
Pois é! Há DJ's femininas que actuam em topless! Sim, estão lá na cabine a escolher os discos e a rodar os botões (os da mesa de mistura, entenda-se!) com as mamocas (praticamente) ao léu. E chibatem-se os meninos que não sabiam que este “Ferrari” já rolou numa discoteca portuguesa.
Não vou aqui tecer considerações morais acerca da coisa, muito menos falar sobre o incómodo que causará, a quem se aventurar na pista de dança, ter de guardar um perímetro de alguns cm à volta de cada menino, por via de possíveis manifestações físicas involuntárias de emoção.

O que me chateia é que não encontrei nenhum Dj masculino disposto a deliciar desta forma o público feminino (ou masculino, que eu não sou homofóbica!). Falam muito do respeito que têm pelos fãs e tal e tal, mas quando é chegada a hora de mostrar esse apreço, nada!
Eu acho que o Vibe, já que é considerado o melhor cá dos tugas, devia ser pioneiro deste entertainment.

Agora fica-me aqui uma pequena grande dúvida: A Ferrari é boa Dj, ou é só boa? Hum.

Como traumatizar um pai com uma frase minúscula.

Há pouco tempo o meu pai mostrou-me uma carta que eu lhe escrevi quando tinha quase seis anos (eu, obviamente!).
Os erros ortográficos eram deliciosos. A temática um pouco confusa: frases muito curtas e incisivas - do género “Olá pai! Estás bom pai? Quando vens pai?” – misturadas com detalhes altamente pormenorizados do meu dia-a-dia, assim como o dos restantes familiares, animais de estimação e dois ou três vizinhos (por isso é que, uns anos mais tarde, gostei dos Maias - Eureka!).
A breve referência às condições meteorológicas, da semana que então corria, já deixava vislumbrar que me viria a transformar numa excelente comunicadora.
Parece que tinha estado muito frio porque “o jardim da mãe foi todo embora”, que é como quem diz, foi desta pra melhor (Bem! É impressão minha ou eu era mais eloquente quando tinha seis anos?!). Note-se aqui que denunciava também um je ne sais quois de preocupações ambientais, ou pelo menos florais (quem diria que, em adulta, me iria transformar numa assassina de plantas por negligência grosseira? – shame on me!).

Foi realmente enternecedor ler aquela carta. No entanto, houve um pormenor que me inquietou o coração! A determinada altura eu digo-lhe que “a minha família está boa” e pergunto-lhe como está a família dele.
Parece que o facto de o meu pai estar a trabalhar longe, e vir a casa só um fim-de-semana por mês, me levava a pensar que éramos de famílias diferentes.

(Oh que carago que agora é que estragaste tudo! A malta aqui a pensar que escrevias bem com seis anos, e coisa e tal, mas no final de contas não passavas era de uma fedelha perturbada!)

PS: Obviamente que a carta terminava com uma série de pedidos de bonecas, lápis de cor novos e mais uns quantos objectos de primeira necessidade. Não me lembro se os pedidos foram atendidos mas, se não foram, eu bem que mereci!

Gosto de apreciar as manobras perigosas de outros condutores...

... Sobretudo quando têm este autocolante no vidro de trás:
A senhora que hoje se meteu à minha frente numa rotunda (obrigando-me a fazer daquelas travagens que nós sabemos) devia pôr outro autocolante no vidro da frente, virado para ela, para nunca se esquecer da "carga" que leva atrás!