segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cá pra mim é “muita fruta”.

Desde que soube que ele quer ser dono de uma frutaria, não consegue parar de imaginar aquele homem à porta do seu estabelecimento comercial, a limpar o pó das maçãs e das peras expostas na rua, com um sorriso de orelha a orelha, a cumprimentar os que por ali passam. A satisfação interior que essa imagem mental lhe trás fá-lo sentir que descobriu o seu propósito cá neste mundo: transformar em realidade o sonho daquele homem de poucas posses. Haverá altruísmo maior do que querer concretizar o sonho de um perfeito desconhecido*, só porque sim? Assim de repente não me ocorre nada.
A parte da reportagem altamente abonatória para a sua empresa, em que aparecem as instalações modernas da sua fruteira e os produtos de primeira qualidade, foi uma exigência dos jornalistas. Ele bem que tentou esconder o logótipo da empresa enquanto os jornalistas lhe faziam perguntas, mas já se sabe como são os jornalistas!
Resta saber se o mineiro chileno (futuro “fruteiro” chileno, de maçãs e peras portuguesas) já sabe deste gesto magnífico. É que cá em Portugal, as pessoas que viram a peça da SIC, já sabem.

* Desconhecido é como quem diz...
                     
[Deixem respirar os mineiros.]

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