segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Está a nevar. Beijinho."

Diz a sms da minha mãe!
Falhei a neve por 24h - que sorte!
Brrrrrrrr [frio psicológico]

É incrível como o nosso organismo se adapta ao clima de uma região. Quando, no auge dos meus 18 anos, fui viver para Lisboa, achava incrível as pessoas usarem casacos grossos, gorros, cachecóis, etc., quando eu ainda andava de blusa ou t-shirt. "Que gente fraquinha", pensava eu, "lá na santa terrinha não escapavam a Janeiro". Agora sou uma autêntica flor de estufa. A única maneira de não ficar constipada, quando vou lá, é não sair de casa, ou melhor, não arredar pé da lareira. E pensar que as pessoas lá, mesmo com temperaturas negativas, não deixam de ir beber o seu cafezinho após o jantar. São loucos! "Andas muito fraquinha" dizem-me eles. Onde é que eu já ouvi isto?
As pessoas que não vivem em regiões frias acham imensa piada à neve (oh, até é giro) mas não sabem como é difícil viver numa região assim. Dar três passos e cair, ter de voltar para trás para mudar de roupa. Ou então, perder 10 minutos a tirar o gelo do vidro do carro e começar a perder a sensibilidade nas mãos. Ou abrir a torneira da casa de banho e não sair água porque está congelada nos canos.
É bem diferente de ir à Serra da Estrela, atirar umas bolinhas aos amigos, e voltar para casa no final do dia.

Ok, quando eu era miúda e a escola fechava por causa da neve, era outra conversa! E, além disso, o meu organismo ainda não tinha sido "corrompido" pelas temperaturas amenas da capital.

Fala-se do aquecimento global  e dos seus efeitos nocivos mas parece-me que em Portugal, por ser uma região temperada, a principal alteração será o acentuar do contraste entre a estação quente e a estação fria. E isso é que me preocupa! Um lapão já sabe com o que pode contar (e a camada adiposa que tem debaixo da pele parece-me ser uma ajuda preciosa). Um africano também (e tem lá as suas adaptações ao calor, que eu não tenho!). Mas nós, aqui no jardim à beira-mar plantado, tanto levamos com máximas de 40 graus no Verão, como com temperaturas negativas no Inverno (e nem sequer estamos no Inverno).
Está visto, não tenho grandes hipóteses contra as amplitudes térmicas acentuadas. O mais certo é "não chegar a Janeiro".
Pelo menos, este futuro, que não se afigura nada promissor, tem um aspecto positivo: não tenho de me preocupar com a falência da segunrança social. Não me parece que vá chegar à idade da reforma.
Reina o optimismo por aqui, e a culpa é da mãe que mandou sms tão perturbadora. E a parte do "beijinho" parece-me, agora, sarcástica.

Agora percebo o sonho que tive esta noite: eu e a minha mãe numa casa velha, um cão que insistia em entrar para me filar, eu empurrava a porta com todas as minhas forças e gritava "mãe... mãããeee...", e ela nada!

[Este post parece a Zara em dia de saldos! Muita coisa, qualidade duvidosa, não se percebe bem a que secção pertence o conteúdo e eu vou-me pirar sem rever nada!]

1 comentário:

  1. já me pareces eu . começo a fazer um calde de peixe e acabo numa sopa de pedra mais coisa amenos coisa.
    kis :=)

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