domingo, 7 de novembro de 2010

“Made in China”

Imaginem, meninas, que vivem na China. A vida não foi senão madrasta para vocês e, por razões alheias à vossa vontade, acabam casadas com um ditador.
O homem raramente viaja porque, apesar de ter muito dinheiro, não é grande simpatia (ele é ditador, lembram-se?). Os convites para jantar fora ou viajar são poucos. Mas, um dia, ele diz que vão a um país chamado Portugal. Não vos dá grandes explicações, balbucia qualquer coisa sobre comprar qualquer coisa, enquanto vos vira as costas. Compras? Yupiiii – Dizem vocês entre dentes, muito baixinho para ele não ouvir (ele tem a mão pesada). Às escondidas, vão ao Google pesquisar sobre o tal país, mas a maior parte das páginas está bloqueada - que estranho! Ainda assim, será agradável sair um pouco de casa, conhecer pessoas novas e fazer compras, muitas compras, porque dinheiro para vocês não é problema.

O país era agradável e as pessoas foram muito simpáticas. O senhor de cabelo grisalho e falinhas mansas deixou-vos algumas reservas mas, como tinha nome de filósofo, dão-lhe o benefício da dúvida. Além disso, vocês estão mais habituadas a um tom de voz áspero e uma mão pesada. Daí o desconforto, provavelmente.

A parte das compras é que foi um pouco estranha.
Nem um saquinho, nem um embrulhinho, nada! Talvez a encomenda dele não tivesse ficado pronta a tempo. Ou então não gostou e desistiu dela. E isso vocês percebem perfeitamente… Então uma pessoa atravessa metade do mundo para fazer compras e as etiquetas dizem quase todas “made in China”? Ora porr@!

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