quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fair play? Primeiro temos que (re)descobrir a roda, carago...

Esse episódio de os adeptos do FCP apedrejarem o autocarro do Benfica fez-me lembrar aqueles senhores nigerianos que, por via de um belo par de chifres, tentam limpar a honra manchada, apedrejando a mulher adúltera em praça pública. Parece que o apedrejamento público funciona como uma espécie de catarse para o macho desrespeitado. Talvez ele pense que as pedras acabadas de atirar possam, efectivamente, mudar alguma coisa naquele momento em ela se perdeu de amores por um macho que não ele. Mas não. A única coisa que ele consegue provar é o completo falhanço nessa coisa de ser um bom marido. O seu desenvolvimento cerebral, característico daquele tempo em que ainda não se sabia o que era uma roda, não lhe permite ir mais além. Não lhe permite, por exemplo, achar que o problema é ele, ou que também pode ser ele. Jamais lhe passará pela cabeça aprimorar a sua performance como marido. Muito menos soltar uma lágrima que denuncie a sua tristeza e dizer “pronto, vai lá e sê feliz com o Yekini”. Ele até pode estar triste, mas a sua tristeza é a de quem empunha um calhau e diz “vou-lhe rachar aquela cabeça a meio”. E, se estiverem perto dele, asseguro-vos que conseguem ouvir um “unga bunga” no final da frase.

E se a cena se tivesse passado com o autocarro do FCP em Lisboa, o texto seria exactamente igual. Só precisava de trocar as palavras FCP e Benfica de lugar. Sim, porque nesta coisa que é o futebol, infelizmente, a falta de fair play não olha a cores. Se é que isto é futebol(?).

Imagem: Captain Caveman, criado por Joe Ruby e Ken Spears

2 comentários:

  1. Ahahahaha! Muito bom!!! O próprio Yekini era jogador de futebol...há uns bons anos atrás...!

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  2. Confesso que o nome foi pura coincidência (vê lá tu que até fui ao google ver nomes nigerianos - isto de ter um blog dá trabalho, carago)...

    ;)

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