terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O cisne negro e o avião que fazia peões

Parece que a Sofia fazia anos. E parece que alguém que ama a Sofia quis dar-lhe os parabéns, e quis que toda a gente soubesse – que ela fazia anos e que era amada. Até aqui tudo bem. Mas eu, que não conheço a Sofia, depois de ver o avião completar uma voltinha, arrastando a dita mensagem, percebi logo que a Sofia fazia anos, e que alguém ama a Sofia. Coisa, portanto, para demorar no máximo dez segundos (mesmo naqueles dias maus em que me custa a perceber uma mensagem, logo à primeira). Os restantes dez minutos de vruéém vruéém lá no alto, mesmo por cima da minha cabeça, podiam ter sido evitados – sobretudo quando o que eu tinha em mente, quando me sentei naquela esplanada soalheira, era saborear o sumo de laranja natural e, no fundo, «saborear» o filme que tinha acabado de ver. Claro que, em vez de pensar no cisne (no branco e no preto), revi mentalmente os nomes e os aniversários das pessoas que conheço, não estivesse eu a esquecer-me do aniversário da Sofia. Não estava.
E depois, como se não bastasse, ainda fiquei preocupada com a Sofia, que eu não conheço mas que fazia anos … Será que a Sofia tem aquela coisa do Transtorno de Deficit de Atenção?

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