segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Horatio Caine na “Santa Terrinha”: Precisa-se (*)

(*) Vergonha na cara ou dignidade também não faziam mal nenhum!

Parece saído de um episódio do CSI (daqueles em que o Horatio é "papado" pelo sistema) mas não, é pura realidade!
Vou limitar-me aos factos (vou tentar).

Alguém houve um estrondo na estrada. Esse alguém vem à janela e vê um jipe a afastar-se. É o jipe do Sr. X, presidente da Junta de Freguesia. Está um sapato preto no meio da estrada. Estranho, aquele sapato não estava ali antes! Mas as obrigações domésticas são muitas e o sapato preto rapidamente é esquecido. Mais tarde, esse alguém ouve outro alguém gritar na estrada e volta à janela. Encontraram o sapato preto. E depois? O que há de grave num sapato preto que jaz no meio da estrada? Num sapato preto nada, mas na pessoa que o calçava, e que jaz também ela na berma da estrada, tudo! Está morta. Inúmeros ferimentos visíveis. O primeiro alguém fica perturbado porque da janela não conseguiu avistar a vítima. Conhece bem aquela octogenária e a sua família. Que tristeza tão grande! Talvez ainda estivesse viva quando se deu aquele estrondo, o estrondo que, possivelmente, despoletou aquela desgraça. Chama-se a GNR. A GNR chega. Depois de tomados todos os procedimentos legais, a GNR põe-se a caminho de casa do Sr. Presidente, sabem bem o caminho, já lancharam inúmeras vezes em sua casa. Se passou ali aquela hora, talvez tenha visto algo importante.
O Sr. Presidente está visivelmente transtornado. Bebe um chá de cidreira que pediu à mulher quando chegou a casa. Todos lhe perguntam o que tem mas ele diz que está tudo bem. A GNR pede-lhe para ver o jipe. Está amolgado e tem vestígios de sangue. Ele diz que atropelou um cão. A GNR, por força das evidências, leva o pára-choques do carro para análise.
O sucedido vai correndo de boca em boca e, em três tempos, toda a gente comenta o que o Sr. Presidente fez. As opiniões são unânimes: “Ele é boa pessoa, o que lhe aconteceu foi uma infelicidade mas não devia ter abandonado o local sem prestar assistência à mulher. Agora tem de aguentar as consequências.” Passam-se semanas. Não acontece nada… Passam-se meses e continua a não acontecer nada!
Pela família da vítima (que perdeu a matriarca mas ficou economicamente menos pobre do que antes) vem a saber-se que no relatório da autópsia o que consta como causa de morte é: “morte natural”.

Estranho! Será natural morrer-se atropelada por um jipe?

Não! Só se for o jipe do Sr. Presidente da Junta! Aí o caso já muda de figura.


4 comentários:

  1. Credo! Isso aconteceu mesmo? (Rol de palavras insultuosas na minha mente). A sério! A justiça deixou cair a banda dos olhos há muito tempo, já não é cega e o prato tende (quase) sempre para o mais influente...

    "morte natural" claro que foi "naturalmente atropelada". Putz.

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  2. Balha-nos Deus. Ai vou deitar-em a pensar quem faria uma coisa dessas!!! Pera lá!! Gondomar...Matosinhos... ui são tantas ...perdi-me , ma svou ficar a saber daqui a uns dias . vou estar do porto, carago.
    kis :):)

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  3. @ Ana
    Aconteceu mesmo!! É escadaloso e revoltante! Tanto a actuação do criminoso como a da família da vítima!


    @ AVOGI
    Cuidado com os jipes!!
    ;)

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  4. terei a máxima atenção ...aos jipes . kis :):)

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