quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A pergunta-armadilha: “que idade me dás?” (*)

E fazem-na, quase sempre, como se esperassem surpreender-nos com a sua magnífica jovialidade. A própria entoação da frase, aliada ao sorriso pseudo-misterioso, assemelha-se a qualquer coisa como: “eu tenho 38, mas parece que tenho 25 e tu vais ficar aparvalhada com o meu admirável estado de conservação”. E eu sinto-me sempre “entre a espada e a parede”! E, para ganhar algum tempo, simulo aquele ar de quem faz um rapidíssimo cálculo de “3x9, 27”, sempre tentando disfarçar o pensamento malvado de: «aparentas praí 45 mas como tas cheia de cenas deves ter menos, por isso é melhor eu dizer uns 38 porque também não convém exagerar que vê-se logo que tou a mentir». "Como é que adivinhaste?", num tom do mais desiludido que há, mas tentando disfarçar a frustração.
E eu fico um passinho mais perto do Inferno, só porque alguém precisou de um snack psicológico para alimentar o ego. Valia mais pedirem uma festinha na cabeça, ou um cupão de desconto do Minipreço – que eu, se o tivesse, dava-o.
Para quê tanta apoquentação com a idade?
Lembram-se de quando tinham 15 anos e queriam ter 18 para puderem conduzir? E de quando tinham 18 e queriam ter 25 para terem um trabalho e uma casa só vossa? Por que é que a partir dos trinta há tanta gente a querer voltar para trás?!

Possível solução para este dilema cronológico: Cresçam!

(*) Que é como quem diz: “Dá-me lá menos 10 anos que esta semana ainda não me lamberam o ego e, não tarda nada, desidrata!”

1 comentário:

  1. pronto festinhas no carrolo e beijos nas cachadas, eu dou-te 25 , satisfeita???
    kis ;=) Já não desidratas

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